quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Significante x Significado


Todo o SIGNO LINGUÍSTICO é composto por duas partes: O Significante e o Significado.

O Significante é a parte física da palavra, é a imagem acústica (grafia + som).
O significado é o conceito transmitido pelo significante. É a imagem que automaticamente criamos em nossa mente ao ouvir a palavra.

Pode ocorrer de um significante ter mais de um significado. Por exemplo:

Se alguém lhe diz MANGA (significante), você pode pensar imediatamente na fruta MANGA. Neste caso, a fruta se torna o significado.

Mas se alguém me disser MANGA, eu posso imaginar a manga de uma blusa e atribuir este novo significado ao significante proposto, sem que esteja errado.

Essa polissemia (Poli = vários; Semia = significado) se dá, devido a análise da palavra em si, isolada.

Se alguém dissesse: “Aquele suco de MANGA estava delicioso.” Não há como ocorrer polissemia, pois o contexto em que está empregada a palavra, nos remete à fruta.


A palavra DOCE é um SIGNIFICANTE. Já a imagem que se constrói na mente de quem a ouve, é o conceito de mundo que a pessoa tem de DOCE. Ou seja, ao ouvir a palavra doce, pode-se pensar em bala, pirulito, chocolate, bolo, etc. E todos esses tipos de guloseimas, são significados de um mesmo significante.




Outro exemplo:



A palavra SALSA (POLISSÊMICA) e os seus significados:







Fonte: http://fatimalp.blogspot.com.br/2012/02/significante-e-siginificado.html
Por: Lalinha Brito

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Sintagma e Paradigma


    As relações sintagmáticas são aquelas estabelecidas pela linearidade. Os signos falados/escritos formam uma cadeia onde cada elemento ocupa uma posição determinada.
   O princípio da linearidade possibilita a apreensão de contrastes: a cadeia sintagmática resulta de combinação de elementos entre si.

   As relações paradigmáticas estabelecem oposições com elementos in absentia, aqueles presentes na nossa memória (arcabouço).

Sintagma = Presente.
Paradigma = Possibilidades.







Trechos da aula do Professor Adilson Oliveira - Universidade Paulista.
Dicotomias Saussureanas.
Por: Lalinha Brito.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Sincronia & Diacronia! O que são?

Sincrônico: significa ao mesmo tempo & Diacrônico: significa através do tempo

Para o estudo da língua,
Sincronia: é estudar os fenômenos da língua através de uma determinada fase e época, de forma estática e descritiva.
Posso dizer que a palavra você tem 4 letras: v-o-c-ê
Ou que ela tem 2 sílabas: vo-cê
Diacronia: é o estudo da língua que engloba as as mudanças ocorridas através do tempo.
A Diacronia ou Linguística Histórica é a descrição de uma língua e suas mudanças sofridas  ao longo de sua história, analisadas nas relações entre os termos que se substituem, por sucessão, ao longo do tempo.
exemplo: o pronome de tratamento “você” que utilizamos muito nas mais diversas formas de comunicação do dia a dia e que talvez, por ser muito utilizado pelos falantes, tenha mais probabilidade de sofrer mudanças.
Assim sendo, a expressão “Vossa mercê”  que evoluiu sucessivamente a:
vossemecêvosmecê“, “vancê e você. 
“Vossa mercê” (mercê significa graça,concessão) era um tratamento dado a pessoas às quais não era possível se dirigir pelo pronome tu, era o elevado tratamento dado na terceira pessoa primeiramente aos reis de Portugal. No século XV, quando os soberanos portugueses adotaram o chamamento de alteza (vossa alteza, e sua alteza) foi o título de mercê começado a ser dado às principais figuras do Reino, nas principais casas fora da Família Real, generalizando-se a dado passo como forma de tratamento adotada pelos fidalgos entre si. Este processo foi lento e gradual.
“Mercê“, do latim Merces, significa  benefício, presente, dignidade ,recompensa, pagamento, relacionado a MERX, que quer dizer “mercadoria, objetos para compra e venda”.
A antiga expressão vossa mercê, “Vossa Dignidade”, foi encurtada para Vosmecê e depois para Você e há lugares e ocasiões onde se diz apenas “Cê”.
É um fato também observar que diante da rapidez nas comunicações do dias atuais ao enviar uma SMS nas comunicações em chats em programas da internet e redes sociais  “você” é usado como “Vc”, um meio de ganhar tempo nas mensagens curtas.
Diacronia do atual pronome “você”
____________|___________|__________|________|_______|
    vossemecê        |       vosmecê       |        vancê        |        você      |       cê….
Saussure indica os dois eixos que “todas as ciências deveriam ter interesse em assinalar”:
Eixo das simultaneidades:  se refere às relações entre coisas coexistentes, de onde toda intervenção do tempo se exclui.
Eixo das sucessões: sobre os quais não se pode considerar mais do que uma coisa por vez, mas onde estão situadas todas as coisas do primeiro eixo com suas respectivas transformações.
Referencias:
SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de Lingüística Geral. 24ª ed., São Paulo: Cultrix, 2002, p. 96.
FARACO, Carlos A. Lingüística Histórica, uma introdução ao estudo da história das línguas. São Paulo: Editora Ática., 1998, p. 129.
Texto: Sincronia & Diacronia! o que é?
Por: Genilson Macedo - Fonte: https://linguisticaemfoco.wordpress.com/tag/diacronia/

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Linguística - Como é Fácil Entender!



Texto: Grandes nomes da ciência Linguística
Por: Genilson Macedo - Fonte: Globo Ciência

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

VISÃO GERAL DA HISTÓRIA DA LINGUÍSTICA

PARTE II:

Desde o início vê-se surgirem, ao lado de Bopp, linguistas eminentes: Jacob Grimm, o fundador dos estudos germânicos (sua Gramática Alemã foi publicada de 1822 a 1836); Pott, cujas pesquisas etimológicas colocaram uma quantidade considerável de materiais ao dispor dos linguistas; Kuhn, cujos trabalhos se ocuparam, ao mesmo tempo, da linguística e da Mitologia comparada; os indianistas Benfey e Aufrecht etc.

Por fim, entre os últimos representantes dessa escola, merecem citação particular Max Muller, G. Curtius e August Schleicher. Os três, de modos diferentes, fizeram muito pelos estudos comparativos. Max Muller os popularizou com suas brilhantes conferências (Lições sobre a ciência da linguagem, 1816, em inglês); não pecou, porém, por excesso de consciência. Curtius, filólogo notável, conhecido sobretudo por seus Princípios de etimologia grega (1879), foi um dos primeiros a reconciliar a Gramática comparada com a Filologia clássica. Esta acompanhara com desconfiança os progressos da nova ciência, e tal desconfiança se tinha tornado recíproca. Schleicher, enfim, foi o primeiro a tentar codificar os resultados das pesquisas parciais. Seu Breviário de gramática comparada das línguas indo-germânicas (1816) é uma espécie de sistematização da ciência fundada por Bopp. Esse livro, que durante longo tempo prestou grandes serviços, evoca melhor que qualquer outro a fisionomia dessa escola comparatista que constitui o primeiro período da Linguística indo-europeia.

Tal escola, porém, que teve o mérito incontestável de abrir um campo novo e fecundo, não chegou a constituir a verdadeira ciência da Linguística. Jamais se preocupou em determinar a natureza do seu objeto de estudo. Ora, sem essa operação elementar, uma ciência é incapaz de estabelecer um método para si própria.

O primeiro erro, que contém em germe todos os outros, é que nas investigações, limitadas aliás às línguas indo-europeias, a Gramática comparada jamais se perguntou a que levavam as comparações que fazia, que significavam as analogias que descobria. Foi exclusivamente comparativa, em vez de histórica. Sem dúvida, a comparação constitui condição necessária de toda reconstituição histórica. Mas por si só não permite concluir nada. A conclusão escapava tantos a esses comparatistas quando consideravam o desenvolvimento de duas línguas como a um naturalista o crescimento de dois vegetais. Schleicher, por exemplo, que nos convida sempre a partir do indo-europeu, que parece portanto ser, num certo sentido, deveras historiador, não hesita em dizer que em grego e e o são dois “graus” (Stufen) do vocalismo. É que o sânscrito apresenta um sistema de alternâncias vocálicas que sugere essa ideia de graus. Supondo, pois, que tais graus devessem ser vencidos separada e paralelemente em cada língua, como vegetais da mesma espécie passam, independentemente uns dos outros, pelas mesmas fases de desenvolvimento, Schleicher via no o grego um grau reforçado do e como via no ã sânscrito um reforço de ã. De fato, trata-se de uma alternância indo-europeia, que se reflete de modo diferente em grego e em sânscrito, sem que haja nisso qualquer igualdade necessária entre os efeitos gramaticais que ela desenvolve numa e noutra língua.

Esse método, exclusivamente comparativo, acarreta todo um conjunto de conceitos errôneos, que, na realidade, não correspondem a nada, e que são estranhos às verdadeiras condições de toda linguagem. Considerava-se a língua como uma esfera à parte, um quarto reino da Natureza; daí certos modos de raciocinar que teriam causado espanto em outra ciência. Hoje não se pode mais ler oito ou dez linhas dessa época sem se ficar surpreendido pelas excentricidades do pensamento e dos termos empregados para justifica-las.

Do ponto de vista metodológico, porém, há certo interesse em conhecer esses erros: os erros duma ciência que principia constituem a imagem ampliada daqueles que cometem os indivíduos empenhados nas primeiras pesquisas científicas; teremos ocasião de assinalar vários deles no decorrer de nossa exposição.

Somente em 1870, aproximadamente, foi que se indagou quais seriam as condições de vida das línguas. Percebeu-se então que as correspondências que as unem não passam de um dos aspectos do fenômeno linguístico, que a comparação não é senão um meio, um método para reconstituir os fatos.

A Linguística propriamente dita, que deu à comparação o lugar que exatamente lhe cabe, nasceu do estudo das línguas românicas e das línguas germânicas. Os estudos românicos, inaugurados por Diez – sua Gramática das línguas românicas data de 1836-1838 -, contribuíram particularmente para aproximar a Linguística do seu verdadeiro objeto. O romanistas se achavam em condições privilegiadas, desconhecidas dos indo-europeístas; conhecia-se o latim, protótipo das línguas românicas; além disso, a abundância de documentos permitia acompanhar pormenorizadamente a evolução dos idiomas. Essas duas circunstâncias limitavam o campo das conjecturas e davam a toda pesquisa uma fisionomia particularmente concreta. Os germanistas se achavam em situação idêntica; sem dúvida, o protogermânico não é conhecido diretamente, mas a história das línguas que dele derivam pode ser acompanhada com a ajuda de numerosos documentos, através de uma longa sequência de séculos. Também os germanistas, mais próximos da realidade, chegaram a concepções diferentes das dos primeiros indo-europeístas.

Um primeiro impulso foi dado pelo norte-americano Whitney, autor de A vida da linguagem (1875). Logo após se formou uma nova escola, a dos neogramáticos (Junggrammatiker), cujos fundadores eram todos alemães: K. Brugmann, H. Osthoff, os germanistas W. Braune, E Sievers, H. Paul, o eslavista Leskien etc. Seu mérito constituiu em colocar em perspectiva histórica todos os resultados da comparação, e por ela encadear os fatos em sua ordem natural. Graças aos neogramáticos, não se viu mais na língua um organismo que se desenvolve por si, mas um produto do espírito coletivo dos grupos linguísticos. Ao mesmo tempo, compreende-se quão errôneas e insuficientes eram as ideias da Filologia e da Gramática comparada (1). Entretanto, por grandes que sejam os serviços prestados por essa escola, não se pode dizer que tenha esclarecido a totalidade da questão, e, ainda hoje, os problemas fundamentais da Linguística Geral aguardam uma solução.

(1) A nova escola, cingindo-se mais à realidade, fez guerra à terminologia dos comparatistas e notadamente às metáforas ilógicas de que se servia. Desde então, não mais se ousa dizer: “a língua faz isto ou aquilo” nem falar da “vida da língua” etc., pois a língua não é mais uma entidade e não existe senão nos que a falam. Não seria, portanto, necessário ir muito longe e basta entender-se. Existem certas imagens das quais não se pode prescindir. Exigir que se unem apenas termos correspondentes à realidade da linguagem é pretender que essas realidades não têm nada de obscuro para nós. Falta muito, porém, para isso; também não hesitaremos em empregar, quando se ofereça a ocasião, algumas das expressões que foram reprovadas na época.


BIBLIOGRAFIA

SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de Linguística Geral. São Paulo: Cultrix, 2012. Capítulo I. Visão geral da história da Linguística (pp. 31-35)
Texto: VISÃO GERAL DA HISTÓRIA DA LINGUÍSTICA - Parte II
Por: Genilson Macedo - Fonte: https://linguisticaemfoco.wordpress.com/2013/09/24/linguistica-historica/

quinta-feira, 12 de junho de 2014

VISÃO GERAL DA HISTÓRIA DA LINGUÍSTICA

PARTE I:

A ciência que se constituiu em torno dos fatos da língua passou por três fases sucessivas antes de reconhecer qual é o seu valor verdadeiro e único objeto.

Começou-se por fazer o que se chamava de “Gramática”. Esse estudo, inaugurado pelos gregos, continuado principalmente pelos franceses, é baseado na lógica e está desprovido de qualquer visão científica e desinteressada da própria língua; visa unicamente a formular regras para distinguir as formas corretas das incorretas; é uma disciplina normativa, muito afastada da pura observação e cujo ponto de vista é forçosamente estreito.

A seguir, apareceu a Filologia. Já em Alexandria havia uma escola “filológica”, mas esse termo se vinculou sobretudo ao movimento criado por Friedrich August Wolf a partir de 1777 e que prossegue até nossos dias. A língua não é o único objeto da Filologia, que quer, antes de tudo, fixar, interpretar, comentar os textos; este primeiro estuda a leva a se ocupar também da história literária, dos costumes, das instituições etc.; em toda parte ela usa seu método próprio, que é a crítica. Se aborda questões linguísticas, fá-lo sobretudo para comparar textos de diferentes épocas, determinar a língua peculiar de cada autor, decifrar e explicar inscrições redigidas numa língua arcaica ou obscura. Sem dúvida, essas pesquisas prepararam a Linguística Histórica: os trabalhos de Ritschl acerca de Plauto podem ser chamados linguísticos; mas nesse domínio a crítica filológica é falha num particular: apega-se muito servilmente à língua escrita e esquece a língua falada; aliás, a Antiguidade grega e latina a absorve quase completamente.

O terceiro período começou quando se descobriu que as línguas podiam ser comparadas entre si. Tal foi a origem da Filologia comparativa ou da “Gramática Comparada”. Em 1816, numa obra intitulada Sistema da conjugação do Sânscrito, Franz Bopp estudou as relações que unem o sânscrito ao germânico, ao grego, ao latim etc. Bopp não era o primeiro a assinalar tais afinidades e a admitir que todas essas línguas pertencem a uma única família; isso tinha sido feito antes, notadamente pelo orientalista inglês W. Jones (falecido em 1794); algumas afirmações isoladas, porém, não provam que em 1816 já houvessem sido compreendidas, de modo geral, a significação e a importância dessa verdade. Bopp não tem, pois, o mérito da descoberta de que o sânscrito é parente de certos idiomas da Europa e da Ásia, mas foi ele quem compreendeu que as relações entre línguas afins podiam tornar-se matéria duma ciência autônoma. Esclarecer uma língua por meio de outra, explicar as formas duma pelas formas de outra, eis o que não fora ainda feito.

É de duvidar que Bopp tivesse podido criar sua ciência – pelo menos tão depressa – sem a descoberta do sânscrito. Este, como terceiro testemunho ao lado do grego e do latim, forneceu-lhe uma base de estudo mais larga e mais sólida; tal vantagem foi acrescida pelo fato de que, por um feliz e inesperado acaso, o sânscrito está em condições excepcionalmente favoráveis de aclarar semelhante comparação.

Eis um exemplo: considerando-se o paradigma do latim genus (genus, generis, genere, genera, generum etc.) e o do grego génos (génos, géneos, généi, génes, genéõn etc.) essas séries não dizem nada quando tomamos isoladamente ou comparadas entre si. Mas a situação muda quando se lhes aproxima a série correspondente do sânscrito (gánas, gánasas, gánasi, gánassu, gánasam etc.). Basta uma rápida observação para perceber a relação existente entre os paradigmas grego e latino. Admitindo-se provisoriamente que ganas represente a forma primitiva, pois isso ajuda a explicação, conclui-se que um s deve ter desaparecido nas formas gregas géne (s) os etc., cada vez que ele se achasse colocado entre duas vogais. Conclui-se logo daí que, nas mesmas condições, o sse transformou em r em latim. Depois, do ponto de vista gramatical, o paradigma sânscrito dá precisão à noção de radical, visto corresponder esse elemento a uma unidade (gánas-) perfeitamente determinável e fixa. Somente em suas origens conheceram o grego e o latim o estado representado pelo sânscrito. É, então, pela conservação de todos os ss indo-europeus que o sânscrito se torna, no caso, instrutivo. Não há dúvida de que, em outras partes, ele não guardou tão bem os caracteres do protótipo; assim, transformou completamente o sistema vocálico. Mas, de modo geral, os elementos originários conservados por ele ajudam a pesquisa de maneira admirável – e o caso o tornou uma língua muito própria para esclarecer as outras num sem-número de casos.


CONTINUA...

BIBLIOGRAFIA

SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de Linguística Geral. São Paulo: Cultrix, 2012. Capítulo I. Visão geral da história da Linguística (pp. 31-35)
Texto: VISÃO GERAL DA HISTÓRIA DA LINGUÍSTICA - Parte I
Por: Genilson Macedo - Fonte: https://linguisticaemfoco.wordpress.com/2013/09/24/linguistica-historica/

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Frase Chomskyniana




“It’s pretty ironic that the so-called ‘least advanced’ people are the ones taking the lead in trying to protect all of us, while the richest and most powerful among us are the ones who are trying to drive the society to destruction.”



Por: Lalinha Brito